segunda-feira, 3 de maio de 2010

Sociedade dos Peixes Mortos

Certa vez, passei por um lugar muito estranho, e os nativos e seus costumes mais estranhos ainda! Os nativos se diziam "democráticos", mas pra mim era uma baita ditadura.
Seu líder é extremamente controlador e poderoso, fazendo com que seus súditos o siga fielmente. É o líder que determina a forma de pensar, de agir e até mesmo de se vestir desse povo. Sua opinião influencia tanto nas escolhas do povo que, muitas vezes, é vista como certo e incontestável.
Apesar de tudo, o líder é amado por muita gente. Não raro, o único momento em que a família está junta, eles usam este tempo para ir se encontrar com o seu líder. É até amado por quem não tem família, o líder faz companhia para quem está se sentindo só.
A inteligência do líder é incontestável. Ele até serve de babá, quando os casais de seu povo estão cansados e sem paciência. O líder é famoso por suas contações de histórias, e muitas delas realmente são muito boas, mas o povo não lhes dá muita atenção. Os nativos preferem as histórias cheias de cultura inútil e obsenidades, e o líder sabe muito bem disso, já que suas histórias são cada vez mais baixas, aumentando sua popularidade.
Até quando alguém não quer seguir a ordem do líder, ele é tão perverso que consegue agor sublinarmente, influenciando o seu subconsciente. É a ditadura mais bem pensada que eu já vi: Faz o povo seguir suas ordens sem nenhum tipo de rejeição, se deixando levar e dominar, sem que percebam que estão sendo manipulados, e ainda introduz ao seu povo a falsa ilusão de liberdade.
Pobre povo iludido...
Mas nem tudo está perdido. Depois de caminhar um pouco, encontrei um muro pichado, onde dizia: "Apenas peixes mortos seguem a correnteza". Parei na frente do muro e refleti... E percebi que a solução desse povo, a liberdade deles, era muito simples. Para ser um peixe vivo, basta fazer uma coisa: Desligar a TV.

Jujuba.


Segundo o ditado popular,


Não é preciso se preocupar com a morte.
Ela é garantida e ninguém vai ser bobo de querer roubá-la da gente.
O importante é cuidar da vida, que é boa, bela, rica, preciosa e inesperada, mas muito frágil.
Ela, sim, pode ser roubada.

(Ricardo Azevedo)